sábado, 27 de agosto de 2011

Tratamento da Água

     A construção de um sistema completo de abastecimento de água requer muitos estudos e pessoal altamente especializado.
     Para iniciarem-se os trabalhos, é necessário definir-se:
     • A população a ser abastecida;
     • A taxa de crescimento da cidade;
     • Suas necessidades industriais.
    Com base nessas informações, o sistema é projetado para servir à comunidade, durante muitos anos, com a quantidade suficiente de água tratada.
     Um sistema convencional de abastecimento de água é constituído das seguintes unidades:
     • captação
     • adução
     • estação de tratamento (ETA)
     • reservação
     • redes de distribuição
     • ligações domiciliares.

     A seleção da fonte abastecedora de água é processo importante na construção de um sistema de abastecimento.
     Deve-se, por isso, procurar um manancial com vazão capaz de proporcionar perfeito abastecimento à comunidade, além de ser de grande importância a localização da fonte, a topografia da região e a presença de possíveis focos de contaminação.

     A captação pode ser superficial ou subterrânea.
     A superficial é feita nos rios, lagos ou represas, por gravidade ou bombeamento.
Se por bombeamento, uma casa de máquinas é construída junto à captação.
Essa casa contém conjuntos de motobombas que sugam a água do manancial e a enviam para a estação de tratamento.
     A subterrânea é efetuada através de poços artesianos,  perfurações com 50 a 100 metros feitas no terreno para captar a água dos lençóis subterrâneos.
Essa água também é sugada por motobombas instaladas perto do lençol d’água e enviada à superfície por tubulações.
     A água dos poços artesianos está, em sua quase totalidade,  isenta de contaminação por bactérias e vírus, além de não apresentar turbidez.

            Tratamento da água de captação superficial

     É composto pelas seguintes fases:

Oxidação
     O primeiro passo é oxidar os metais presentes na água, principalmente o ferro e o manganês, que normalmente se apresentam dissolvidos na água bruta. Para isso, injeta-se cloro ou produto similar, pois tornam os metais insolúveis na água, permitindo, assim, a sua remoção nas outras etapas de tratamento.

Coagulação
     A remoção das partículas de sujeira se inicia no tanque de mistura rápida com a dosagem de sulfato de alumínio ou cloreto férrico. Estes coagulantes, têm o poder de aglomerar a sujeira, formando flocos. Para otimizar o processo adiciona-se cal, o que mantém o pH da água no nível adequado.

Floculação
     Na floculação, a água já coagulada movimenta-se de tal forma dentro dos tanques que os flocos misturam-se, ganhando peso, volume e consistência.

Decantação
     Na decantação, os flocos formados anteriormente separam-se da água, sedimentando-se, no fundo dos tanques.

Filtração
     A água ainda contém impurezas que não foram sedimentadas no processo de decantação.
     Por isso, ela precisa passar por filtros constituídos por camadas de areia ou areia e antracito suportadas por cascalho de diversos tamanhos que retêm a sujeira ainda restante.

Desinfecção
     A água já está limpa quando chega a esta etapa. Mas ela recebe ainda mais uma substância: o cloro.
     Este elimina os germes nocivos à saúde, garantindo também a qualidade da água nas redes de distribuição e nos reservatórios.

Correção de pH
     Para proteger as canalizações das redes e das casas contra corrosão ou incrustação, a água recebe uma dosagem de cal, que corrige seu pH.

Fluoretação
     Finalmente a água é fluoretada, em atendimento à Portaria do Ministério da Saúde.
     Consiste na aplicação de uma dosagem de composto de flúor  (ácido fluossilícico).
     Reduz a incidência da cárie dentária, especialmente no período de formação dos dentes, que vai da gestação até a idade de 15 anos.

            Tratamento da água de captação subterrânea

     A água captada através de poços profundos, na maioria das vezes, não precisa ser tratada, bastando apenas a desinfecção com cloro. Isso ocorre porque, nesse caso, a água não apresenta qualquer turbidez, eliminando as outras fases que são necessárias ao tratamento das águas superficiais.
     Reservação
A água é armazenada em reservatórios, com duas finalidades:
     • manter a regularidade do abastecimento, mesmo quando é necessário paralisar a produção para manutenção em qualquer uma das unidades do sistema;
     • atender às demandas extraordinárias, como as que ocorrem nos períodos de calor intenso ou quando, durante o dia, usa-se muita água ao mesmo tempo (na hora do almoço, por exemplo).
     Quanto à sua posição em relação ao solo, os reservatórios são classificados em subterrâneos  (enterrados), apoiados e elevados.

     Redes de distribuição
     Para chegar às casas, a água passa por vários canos enterrados sob a pavimentação das ruas da cidade. Essas canalizações são chamadas redes de distribuição.
     Para que uma rede de distribuição possa funcionar perfeitamente, é necessário haver pressão satisfatória em todos os seus pontos. Onde existe menor pressão, instalam-se bombas, chamadas boosters, cujo objetivo é bombear a água para locais mais altos.
     Muitas vezes, é preciso construir estações elevatórias de água, equipadas com bombas de maior capacidade. Nos trechos de redes com pressão em excesso, são instaladas válvulas redutoras.

     Ligações domiciliares
     A ligação domiciliar é uma instalação que une a rede de distribuição à rede interna de cada residência, loja ou indústria, fazendo a água chegar às torneiras.
     Para controlar, medir e registrar a quantidade de água consumida em cada imóvel instala-se um hidrômetro junto à ligação.
     A tarifa mínima da COPASA dá direito a um consumo residencial de 6.000 litros de água por mês.
     Ultrapassar esse limite, a conta de água é calculada sobre a quantidade de litros que foi consumida e registrada pelo hidrômetro.


Esquemas do funcionamento de uma ETA

ETA Guaraú

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